Depôs do Costa m’atentar a cabeça uma remessa de vezes p’ra escrever umas coisas p’ra intarnete, cá me resolvi. De modes qu’a partir d’agora e q’uondo calhar, vô escrever as minhas crónicas.
Onte, a convite do mê compadre Chico Charrinho fui passear a Côrtêra. Como já tenho o varejo quase fêto e preciso de descansar, arresolvi-me ir até lá, espaircer um pôco.
Ê, más a minha Carminha alevantamo-nos de manhã cedo e lá foi a gente. Fomos passiar, dar um pôco à tramela com aquela famila lá da praia e tamem fui abanhar, qu´é coisa qu’ ê gosto muinto.
O mê compadre Chico qu’ é pescador, tinha lá uns pexinhos fresquinhos que foi um consolo. A minha comadre Dorinhas fez lá uma bela duma caldêrada .
À tarde fomos àquela praia entre Cortêra e a Vilamoira ali mesmo ó lado do porto de pesca. Aquele sito é munto bonito mas fiqui munto desmurcido. Atão na é que continua a porcaria que fazem lá no molhe poente do porto de pesca?
Lá na ponta, onde os pescadores vã dar banho à minhoca, é uma porcaria no mêo das rochas. É qu’ eles jogam toda a lixerada pró mêo das pedras, ele é plásticos, é garrafas de vidro, papés, toda a porcaria lá vai parar. Nem dá p'ra acreditar, ao lado duma zona turistica como Vilamoira!
É claro qu’ atirar coisas po mêo das rochas tá mal, é falta de civismo, mas tameim na há lá nem um caxote do lixo! Aquela zona tá uma marafunda, um enlêo dos grandes, quem manda nos portos é o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) mas quem recolhe o lixo é a Câmbra de Loléi, assim, aquilo ali é como qu’ uma terra de ninguém (a beim dizer é más um mar de ninguém). Bom, agora vamos a ver s’ algum daqueles Senhores importantes, por adrego lêa esta crónica e possa dar uma manita p’ra resolver este enredo.
Agora já chega de coisas ruins, ó fim da tarde o mê compadre Chico pegou no arrasto e ainda foi panhar umas cóquilhas qu’ a gente levô p’ra casa. Ò jantar, a minha Carminha fez lá uma petisco qu' era comer e chorar por más. Um dia destes ainda vô convencê-la a mostrar as recêtas dela, que são do melhor que há.
Por hoje é tudo, tenham muinta saudinha,
Manel Cavaco
Não está nada mal, o seu escrito Ti Manel Cavaco nem o seu reparo, espero que o ouçam, quer dizer que o lêem e que façam alguma coisa, lá os senhores que mandam.
ResponderEliminarO seu jeito de falar, suponho que é de Monchique. Se for, quero dizer que foi lá que nasci, mas cedo de lá abalei, mas amanhã terça-feira dia 21 vou lá com familiares despejar em qualquer da serra as cinzas de um meu irmão que faleceu na sexta-feira passada. Se eu estiver equivocado, se o jeito de falar não for de Monchique, que o amigo me desculpe por esta conversa sem sentido
Um forte abraço amigo. Continue escrevendo sobre o Algarve.
Diamantino
Amigo Diamantino,
ResponderEliminarEm nome do Ti Manel Cavaco e também em meu nome, os nossos agradecimentos pelas suas simpáticas palavras.
Quanto à origem do Ti Manel, não é Monchique (terra de que ele muito gosta) mas sim Boliqueime.
Agora, receba os nossos sinceros pêsames por este momento dificil que está a atravessar.
J. Costa