Hoje em dia, para a maior parte das pessoas, o Algarve é sinónimo de turismo. Considerado uma das mais importantes regiões turísticas da Europa, o Algarve apresenta uma diversidade de encantos a quem nos visita. Um clima com influências mediterrânicas caracterizado por Verões secos e quentes e por Invernos amenos, aliado às belas paisagens naturais tanto do litoral como do interior, sem esquecer a herança cultural fruto de um rico passado histórico, fazem do Algarve uma região turística de excelência.
Praia de Beliche
A oferta turística algarvia é variada. Sem dúvida que a praia é o expoente máximo do turismo desta região. Desde os longos areais dourados, às praias rochosas ou às falésias, passando pela bela Ria Formosa, no litoral encontramos muitos sítios marcados pela beleza. No entanto, no interior, os passeios pelos montes do Barrocal para apreciar as vistas, ou a pacatez das Serras do Caldeirão, Monchique e Espinhaço de Cão, são alternativas válidas para a actividade turística.
Vista da serra de Monchique a partir do barrocal
Litoral visto do barrocal
Contudo, o Algarve é muito mais, as singularidades desta região manifestam-se também nas pessoas, no seu modo de vida, nas suas actividades culturais, profissionais, na arquitectura e não podemos deixar de referir a sua gastronomia.
A gastronomia tradicional do Algarve, influenciada pelas actividades económicas da região, é bastante variada. Tem pratos mais ricos e elaborados confeccionados com os bons ingredientes da terra ou do mar e outros mais simples fruto das épocas complicadas que esta região atravessou. Entre muitos outros, podemos lembrar os "charrinhos" alimados, as amêijoas na cataplana, os bifes de atum, as papas de milho ("xerém") com favas ou com sardinhas, arroz de lingueirão, a perdiz estufada, jantar de grão, arjamolho, cozinha de batatas, conserva de cenoura, figos cheios com amêndoas, bolos de amêndoa e figo, os Dom Rodrigos, a aguardente de figo e de medronho, vários licores, etc.
Figos cheios (figos com amêndoas)
Na arquitectura tradicional com genes mouriscos, predominam as casas pintadas de branco (outrora caiadas), com típicos telhados, frescas açoteias, as chaminés rendilhadas e os plantibandas decorados.
Chaminé algarvia e plantibanda
No sector cultural existem muitas manifestações tradicionais, desde os alegres ranchos folclóricos onde o corridinho marca o ritmo, às charolas dos cantadores de janeiras, passando por diversas festas e romarias.
Não menos artístico é o artesanato desta região. A famosa empreita (cestaria e outros utensílios feitos de palma), cestaria de vime e cana, a olaria, as peças de cobre e latão são áreas onde os hábeis artesãos manifestam as suas tecnicas, transmitidas de geração em geração.
Com uma costa tão extensa, é natural que a pesca e a industria conserveira tivesse tido uma grande importância na economia do Algarve. No entanto nos últimos tempos muitas fábricas tem encerrado. É grande a variedade de peixes capturados na zona do Algarve: atum, sardinha, carapau, cavala, besugo, sargo, safio, tamboril. Antigamente, o atum teve grande destaque, devido ao seu valor comercial. Este peixe além de ser muito utilizado na gastronomia local, foi também, destinado à exportação. A sardinha é o peixe de maior consumo nesta região durante os meses de Verão.
Porto de pesca de Quarteira
Hoje em dia não tanto, mas em tempos idos, a actividade agrícola era recheada de momentos clássicos. Começando nas sementeiras de sequeiro feitas na maior parte das vezes com a ajuda de animais que puxavam os arados e as tradicionais carroças pintadas com cores garridas, a ceifa dos cereais feita também manualmente, o varejo que é a apanha dos frutos secos, entre outras, eram actividades sazonais que preenchiam a actividade de muita gente do interior.
Miniaturas de carroças tradicionais na Fatacil
Mas nem só de actividades tradicionais vive o Algarve, sendo uma região turística procurada por muitos jovens, tem uma vida nocturna bastante intensa. Nas principais vilas e cidades do litoral podemos encontrar grande quantidade de bares e discotecas.
Ao nível desportivo, também existe uma grande procura do Algarve. Actualmente o Algarve está munido de um conjunto de infra-estruturas desportivas bastante atractivas: os diversos complexos desportivos municipais, os campos de golfe, o motódromo de Portimão, o Estádio do Algarve e muitos outros.
História
Durante vários séculos, a região do Algarve foi ponto de passagem para diversos povos e culturas. Destacaram-se os Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Visigodos e Árabes. Fenícios, Gregos e Cartagineses, eram principalmente, navegantes que se estabeleceram na costa e que se dedicavam ao comércio. Mais tarde no tempo do Império Romano, o Algarve fez parte da província da Lusitânia e depois passou ao domínio dos Visigodos. Em 711, os Árabes chegam à Península Ibérica e seguidamente derrotam os Visigodos. Passam então a dominar esta região, esse domínio que durou quase 5 séculos, período em que foi atingido um grande desenvolvimento cultural e económico. A influência deste povo é bem visível na arquitectura regional (chaminés rendilhadas, arcos, azulejos …), no modo de vida tradicional das pessoas e na língua (o famoso falar Algarvio). Tal como o nome de muitas outras localidades começado por “Al…”, o termo Algarve tem origem árabe. Deriva de “Al Garb” que significa “o ocidente”, recorde-se que durante a ocupação árabe esta região correspondia à parte mais ocidental das zonas ocupadas pelos Árabes no sul da Europa. Por volta do ano 1249 , D. Afonso III com a ajuda de Paio Peres Correia, terá conquistado a região aos mouros e o Algarve foi integrado no Reino de Portugal.
Silves
Mais tarde, no século XV esta região teve novamente protagonismo quando Portugal iniciou o grande empreendimento das descobertas. O Infante D. Henrique instalou-se em Sagres e Lagos iniciando sob o seu comando, uma das mais interessantes épocas da nossa história: a epopeia dos descobrimentos.
Sagres
Em 1755, aquando do violento terramoto que terá tido epicentro ao largo da nossa costa, grande parte do Algarve ficou devastada. Na reconstrução das cidades principais, o centro administrativo mudou-se de Lagos para Faro.
Durante muito tempo e até meados do século XX, o Algarve manteve-se uma região estagnada, periférica e pouco desenvolvida. A sua economia baseava-se na pesca e indústria conserveira no litoral e na agricultura de sequeiro, principalmente na cultura dos frutos secos no interior.
A partir daí, com a explosão do turismo, ganhou novamente preponderância, mudando bastante, a estrutura económico-social das suas gentes.
Durante muito tempo e até meados do século XX, o Algarve manteve-se uma região estagnada, periférica e pouco desenvolvida. A sua economia baseava-se na pesca e indústria conserveira no litoral e na agricultura de sequeiro, principalmente na cultura dos frutos secos no interior.
A partir daí, com a explosão do turismo, ganhou novamente preponderância, mudando bastante, a estrutura económico-social das suas gentes.
Divisão administrativa
O Algarve é constituído por 16 concelhos: Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Sto. António.
Mapa dos concelhos do Algarve
Actualmente o Algarve tem uma população residente de cerca de 426.000 habitantes residentes, no entanto, no Verão e devido ao turismo, diz-se que a população aumenta para mais do dobro.
Dados estatísticos dos concelhos
Brasões dos municípios algarvios
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Fontes: Região de turismo do Algarve, wikipédia, sites das câmaras municipais do Algarve.
Fontes: Região de turismo do Algarve, wikipédia, sites das câmaras municipais do Algarve.
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