terça-feira, 8 de novembro de 2011

A ovelha churra algarvia



Diz-se que as ovelhas terão sido dos primeiros animais a serem domesticados e que a pastorícia terá surgiu no Médio Oriente há vários milhares de anos, espalhando-se de seguida por imensas regiões do mundo. Este animal de dócil temperamento, adaptava-se facilmente às diversas condições climatéricas e orográficas e satisfazia as necessidades básicas do ser humano: a alimentação e o vestuário. Ao longo de vários milénios, as formas de pastoreio pouco mudaram, as imagens (poucas) que hoje temos de rebanhos a percorrer vales e montes, não devem ser muito diferentes daquilo que existia antigamente.



Existem diversas raças de ovelhas, no entanto, a principal raça implantada no Algarve, é a chamada ovelha churra algarvia. Nos últimos tempos, a comunicação social da região, tem alertado para o facto de que esta raça estará a extinguir-se, também se ouvem queixas de que falta promoção da raça, ou de que faltam outros apoios. Na realidade, actualmente já não se vêm muitos rebanhos como os que outrora percorriam os campos algarvios à procura de alimento.


Mas há uma pergunta que se impõe: não será isso, consequência da mudança dos tempos? Por vezes somos tentados a fazer uma análise mais emocional que racional, recordamos com excessivo saudosismo e romantismo a imagem do pastor (moiral como se diz em muitas zonas do Algarve) conduzindo o seu rebanho por campos e serras, quer seja noite ou dia, Domingo ou semana. No entanto os tempos são outros, o nosso quotidiano já não é o que era há algumas dezenas de anos.

Talvez o que agora seja necessário, além dos apoios e da promoção, seja também uma mudança de mentalidades, para nos adaptarmos às novas exigências, tanto no pastoreio como em muitas outras actividades.

6 comentários:

  1. Sou do Algoz e fiquei encantada com os vossos temas publicados no blogue.
    Gostaria de saber quem e donde é o autor do mesmo.
    Parabéns.
    Maria Isabel.
    Email:ivalente2010@gmail.com

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  2. Obrigado pelo seu interesse neste blogue e nos temas aqui publicados. É gratificante saber que estes "pontos de vista" são apreciados por outras pessoas. Sempre que queira, visite-nos e deixe os seus comentários, serão bem-vindos.
    Quanto à origem, os colaboradores deste blogue são da zona de Boliqueime, embora no meu caso, actualmente não resido lá.


    J. Costa
    (j.costa.blog@gmail.com)

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  3. aqui está a ovelha que eu andava à procura. vi o seu blog no lagos.pt, e as imagens resolvem por completo o problema que tinha. felicidades para si e para o seu blog.

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  4. era bom que ouvessem mais ovelhas churras algarvias são tão bonitas,
    é a minha raça favorita juntamente com as ovelhas saloias

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  5. Boa tarde.
    Conheço bem essa raça, tive na família vários Tios, quais tinham rebanhos dessa raça, um deles chegou a ter mais de 350 cabeças, toda a sua vida foi gado.
    Infelizmente e como aqui já referido, a sociedade não da valor nem reconhece o trabalho do campo, quer seja um Moiral de gado, quer seja um agricultor, ou até um cortiçeiro e por aí fora, pois vivemos no mundo das aparencias de gente gira e de mãos macias,sociedade dos cartões de Continentes, Pingos Doces, Lidls e tantos outros monopolios de venda as fatias vindas de sabe-se lá de onde.
    Esta raça em particular, tem uma carne muito saborosa, pois tem menos gordura que a ovelha que chmadas sagorra.
    Os maiores problemas é simplesmente, que esta está no seu elemento devido a vegetação e clima no Algarve, mas contra está o encerro de matadouros, bem como infelizmente a lá que produz ser menos rentavel que o geral das ovelhas que existem.
    Será que alguem irá ler esta mensagem que esteja em cargos administravos, quais provavelmente foram eleitos por pastores e agricultores, tenha a decencia sequer de pensar no assunto ??
    Gostava...
    Estamos entregues as grandes superficies, ao rebaixa quem produz, ao suga centimos, e ao consumismo global, e assim dia apos dia choramos por aquilo que de muito valor tradicional e cultural tinhamos, mas que a uma velocidade alucinante o vamos vendo desaparecer.
    Apoiem o comercio tradicional !
    É a forma de contrariar esta corrente devastadora no qual nos encontramos.
    Nada como um agalo, um borrego umas batatinhas, uma aguardente caseira to Ti Zéi!
    Um bem haja a este bloguista, força e saúde, para mais posts como os que tem .
    Abraço
    Sérgio

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    1. Caro Sergio,
      Obrigado pelo seu comentário.
      Fez uma interessante análise da situação em que se encontra o nosso mundo rural. Mesmo que quem tem o poder mão leia esta mensagem, é preciso ir sacudindo as consciencias.
      Um abraço,
      J.Costa

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