domingo, 27 de setembro de 2009

Chaminés algarvias e outros elementos arquitectónicos

Na arquitectura tradicional do Algarve, com forte influência árabe, predominam as casas pintadas de branco (antigamente caiadas), os típicos telhados de telha mourisca, açoteias, os plantibandas com decorações coloridas e as famosas chaminés rendilhadas. Entre estes, o elemento de maior destaque são as chaminés, também consideradas um dos símbolos do Algarve, reflectem a sua história, o gosto e as necessidades concretas das gentes Algarvias.

A cal é usada no Algarve desde a época da ocupação muçulmana, que durou cerca de cinco séculos. A cal é o resultado da queima de pedras calcárias, a elevadas temperaturas. Esta cal à qual se adiciona água torna-se na matéria com que se pintavam as paredes.

As telhas mouriscas ou de canudo são telhas em forma de meia cana, ligeiramente cónicas. Este tipo de telhas era utilizado em quase todos os telhados algarvios.
As açoteias, são terraços que servem de telhado, onde se secam os figos, e as amêndoas, serviam também para apanhar o fresco nas noites quentes de Verão.

Os plantibandas, com utilidade meramente decorativa, protegem as açoteias e rematam as fachadas principais, tomando várias formas geométricas e decorados com diversas cores.

As chaminés algarvias, além da utilidade normal desempenhavam também um papel ornamental, tomavam as formas mais variadas, desde as que apresentam simples ranhuras, às que ostentam complicados e belos rendilhados. Muitas delas assemelhavam-se a miniaturas de torres ou dos minaretes árabes. Podiam ter secção circular, quadrada ou rectangular, mais simples ou mais elaboradas, mas tinham sempre uma forma bastante artística . Há-as de todos os modelos e para todos os gostos, só tendo como limite a imaginação de quem as faz, eram uma prova de perícia para cada pedreiro e um motivo de orgulho para qualquer proprietário.

Actualmente a construção de chaminés é um pouco diferente, já não é um trabalho artístico como antigamente, mas na maior parte das vezes é a montagem de modelos pré-fabricados. Por vezes surgem também novas cores, resultado de influências estrangeiras.

As chaminés algarvias são um património arquitectónico regional que deve ser conhecido, preservado e divulgado. Muitas das chaminés antigas, com o passar dos anos vão-se deteriorando, tornando-se assim necessário, que organismos ligados à conservação do património façam um levantamento desta herança e a consequente preservação.

















quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Empreita - artesanato de palma

A empreita de palma é uma das principais formas de artesanato do Algarve. Já foi uma actividade com bastante peso no orçamento de muitas famílias do Barrocal Algarvio, hoje em dia, embora ainda seja um tipo de artesanato representativo, já não tem a importância de outrora. Este tipo de artesanato era tradicionalmente um trabalho feminino efectuado principalmente, quando não havia trabalho no campo, funcionava como que um complemento no trabalho das mulheres.

Artesãs de empreita


A empreita é uma fita entrançada, feita de palma que são as folhas de uma espécie de palmeira anã da região, com ela são efectuados diversos objectos. Inicialmente esta matéria-prima provinha do interior do Algarve, crescia nos matos do Barrocal, posteriormente devido à escassez desta planta, começou a ser importada do sul de Espanha.

Palmeira


Este tipo de artesanato surgiu das necessidades ligadas aos trabalhos dos campos, era necessário ter recipientes para embalar e transportar os produtos agrícolas. Assim, existem uma variedade de objectos e utensílios ligados à agricultura: alcofas, cestos, gorpelhas, esteiras, ceiras, … etc.

Alcofa utilizada nos trabalhos agrícolas e bolsa para transportar os alimentos para o campo



Mais tarde a empreita passou a ser utilizada no fabrico de objectos do quotidiano: chapéus, vassouras, vasculhos, capachos, tapetes, abanos, bases para a mesa, fruteiras, sacos diversos, revestimentos para garrafas e garrafões de vidro e até a estrutura de berços de bebé era feita com empreita.

Base para a mesa

Fruteira


Actualmente, a empreita é utilizada quase exclusivamente com finalidades decorativas sendo uma das atracções turísticas do Algarve.
O fabrico dos objectos em empreita divide-se em várias fases:
- Em primeiro lugar é preciso preparar as folhas de palma (fervas de palma). A palma ou era colhida no mato e colocada a secar ao sol ou era comprada já seca.

Palma a secar


- Seguidamente é escolhida, pois a mais grosseira é para utensílios menos exigentes, a outra é tratada.

- A palma é então molhada para que seja mais fácil manuseá-la.

- A fase seguinte é enxofrar a palma, processo para clarear a palma através de um banho de vapores de enxofre. O enxofre é colocado a arder num recinto fechada junto da palma, este processo dura pelo menos um dia.

- Depois é rachada que é o processo em que se separam as folhas.

Um "olho" de palma rachada e outro ainda não rachado


- Se as folhas são muito largas, ripa-se para que as fitas fiquem quase uniformes.

- Por vezes utiliza-se alguma palma tingida, para produzir efeitos artísticos nos objectos, esse tingimento é obtido passando a palma por um banho de água quente onde se depositou a tinta.

- Depois de enxofrada e pintada a cada “olho” de palma corta-se o pé para soltar as folhas.

- Com a palma assim preparada, e depois de molhada, começa-se então a fazer uma comprida fita entrançada.


- Esta empreita que costuma ser medida às "braças" é enrolada e pode ser novamente enxofrada.

- Posteriormente, com a ajuda de uma agulha de cobre, a empreita é cosida com folhas finas de palma molhada para ficar mais flexivel, ou com baracinhas. As baracinhas são um fino cordão feito com palma enrolada.

- Depois de o objecto adquirir forma são necessários acabamentos: o debruar para rematar o bordo do objecto, as asas quando necessário que são feitas em baracinhas, finalmente cortam-se as pontas de palma que ficam a sobressair e está pronto.

Saco de empreita



Base para a mesa


Tapete e vários sacos em empreita na Feira do artesanato de Quarteira




Abanos e outros utensílios


Diversos tipos de sacos


Sacos, capacho e vassoura

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Varejo - a apanha dos frutos secos

A agricultura de sequeiro foi outrora, uma das principais actividades económicas do interior algarvio. A principal vertente desta actividade era a cultura dos frutos secos, em que se destacavam a alfarroba (farroba), a amêndoa e o figo. Hoje em dia, poucos são aqueles que continuam a trabalhar no campo, no entanto, esta actividade ainda continua a ser um dos simbolos do Algarve. Nos meses de Agosto e Setembro, é efectuada a importante tarefa da apanha dos frutos, o "varejo" com se diz no Algarve.

Pomar tradicional de alfarrobeiras



Pequena alfarrobeira carregada de alfarrobas

Ramos com alfarrobas




Amendoeira com amêndoas



Amêndoas


Figueira
Figueira com figos secos

Figos maduros

Figos quase secos

Esta tarefa da apanha dos frutos ainda hoje é um trabalho duro, mas antigamente era muito mais, pois não havia a ajuda de tractores para o transporte dos frutos dos campos para casa e também porque se trabalhava de sol a sol.

O varejo é uma actividade que é feita à custa de muito trabalho manual. Com a ajuda de varas de madeira compridas, tradicionalmente compradas nas feiras, ou com canas, bate-se nos ramos da árvore, fazendo cair os frutos que depois são apanhados no chão ou em “panos” de matéria plástica, utilizados hoje em dia. Antigamente os agricultores não possuíam estes “panos” e então, algum tempo antes do varejo, o chão debaixo das árvores e em seu redor era limpo, retirando folhas, ramos e arbustos para facilitar a apanha dos frutos. No varejo dos figos, por vezes não se utilizava uma vara mas sim um “caimbo” que é uma cana com um pequeno pauzinho colocado na extremidade para ajudar a derrubar os figos, em vez de bater nos ramos puxa-se o figo com o “caimbo” ou puxa-se o ramo para colher o figo à mão.

A apanha das amêndoas

Os recipientes utilizados para colocar os frutos são as tradicionais alcofas de empreita e cestos de vime e cana. À medida que os frutos vão sendo apanhados das árvores, vão sendo colocados em recipientes adequados ao seu transporte para casa. No caso das amêndoas e das alfarrobas, utilizam-se grandes sacas de linhaça, no caso dos figos usam-se alcofas grandes de empreita ou canastas de vime e cana.

Sacos de alfarroba

Alcofa com figos



Os utensílios do varejo: vara, alcofa, saco e panos

Actualmente, o meio de transporte mais utilizado são os tractores agrícolas, no entanto noutros tempos, esta operação era feita com a ajuda de animais, normalmente burros ou mulas.


Tractor para transportar os frutos


Em primeiro lugar coloca-se a albarda no animal presa com a cilha. A albarda é parecida a uma cela mas de maior tamanho e serve para suportar a carga e para proteger o dorso do animal. Depois, coloca-se dois ou três sacos em cima da albarda suportados por cordas e presos com um utensílio idêntico à cilha a que chamam “sobrecarga”. Esta corda envolve a carga e o animal e depois é apertada com a ajuda de um pau curvo chamado “garrocho”. No transporte dos figos, por vezes o processo era um pouco diferente, as alcofas ou as canastas não eram colocadas directamente em cima da albarda, mas sim de uma armação em madeira, chamada “cangalhas”. Estas “cangalhas” também serviam para o transporte de “cântaros” de água. Recorde-se na maior parte das vezes depois de chegar a casa depois de um dia de varejo era necessário ir à água ao poço.


Burro com cangalhas e cântaros

Algumas das pessoas, possuiam as famosas carroças pintadas com cores garridas, puxadas pelos animais. Desta forma podiam transportar maiores quantidades.

Chegados a casa do agricultor, enquanto as alfarrobas estão em condições de serem guardadas, as amêndoas precisam ser descascadas, operação em que se retira a casca exterior e depois são colocadas a secar ao sol. Os figos também são colocados a secar ao sol em esteiras de canas. Antigamente, os agricultores tinham o hábito de reservarem um espaço no quintal, que era vedado com canas e ramos de arbustos colhidos no mato, onde eram colocadas as esteiras dos figos. A este espaço chamava-se "almenchar".

Amêndoas descascadas a secar ao sol



Ficos a secar ao sol em cima de uma esteira de cana


Posteriormente estes frutos são vendidos aos grandes comerciantes e intermediários de frutos secos. A unidade de peso que era utilizada era a arroba (15 Kg) e ainda hoje, os agricultores mais antigos fazem as suas contas com essa unidade.

Antigamente, era hábito que a partir do dia 29 de Setembro, dia de São Miguel, acabava o "varejo" e começava o "rabisco". Nesta fase considerava-se que os frutos que ainda estivessem nas árvores já não eram colhidos pelos seus proprietários e qualquer pessoa podia fazer a sua apanha. Normalmente eram as pessoas mais necessitadas e as crianças que se dedicavam a esta tarefa.

CURIOSIDADE: O candeio é a flor da alfarrobeira, é daqui destas espigas floridas que começam a surgir as pequenas alfarrobas. Estas, desenvolvem-se ao longo de vários meses. O ciclo de vida da alfarroba é ligeiramente superior a um ano, pois quando se colhem as alfarrobas, já existe uma boa parte do candeio que dará a colheita do ano seguinte.

Candeio de alfarroba
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Fontes: http://www.prof2000.pt/users/avcultur/Postais

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Algarve - visão geral

Hoje em dia, para a maior parte das pessoas, o Algarve é sinónimo de turismo. Considerado uma das mais importantes regiões turísticas da Europa, o Algarve apresenta uma diversidade de encantos a quem nos visita. Um clima com influências mediterrânicas caracterizado por Verões secos e quentes e por Invernos amenos, aliado às belas paisagens naturais tanto do litoral como do interior, sem esquecer a herança cultural fruto de um rico passado histórico, fazem do Algarve uma região turística de excelência.

Praia de Beliche



Areal desde a praia do Forte Novo à praia do Almargem





A oferta turística algarvia é variada. Sem dúvida que a praia é o expoente máximo do turismo desta região. Desde os longos areais dourados, às praias rochosas ou às falésias, passando pela bela Ria Formosa, no litoral encontramos muitos sítios marcados pela beleza. No entanto, no interior, os passeios pelos montes do Barrocal para apreciar as vistas, ou a pacatez das Serras do Caldeirão, Monchique e Espinhaço de Cão, são alternativas válidas para a actividade turística.





Vista da serra de Monchique a partir do barrocal



Litoral visto do barrocal



Contudo, o Algarve é muito mais, as singularidades desta região manifestam-se também nas pessoas, no seu modo de vida, nas suas actividades culturais, profissionais, na arquitectura e não podemos deixar de referir a sua gastronomia.


A gastronomia tradicional do Algarve, influenciada pelas actividades económicas da região, é bastante variada. Tem pratos mais ricos e elaborados confeccionados com os bons ingredientes da terra ou do mar e outros mais simples fruto das épocas complicadas que esta região atravessou. Entre muitos outros, podemos lembrar os "charrinhos" alimados, as amêijoas na cataplana, os bifes de atum, as papas de milho ("xerém") com favas ou com sardinhas, arroz de lingueirão, a perdiz estufada, jantar de grão, arjamolho, cozinha de batatas, conserva de cenoura, figos cheios com amêndoas, bolos de amêndoa e figo, os Dom Rodrigos, a aguardente de figo e de medronho, vários licores, etc.


Figos cheios (figos com amêndoas)




Na arquitectura tradicional com genes mouriscos, predominam as casas pintadas de branco (outrora caiadas), com típicos telhados, frescas açoteias, as chaminés rendilhadas e os plantibandas decorados.

Chaminé algarvia e plantibanda

No sector cultural existem muitas manifestações tradicionais, desde os alegres ranchos folclóricos onde o corridinho marca o ritmo, às charolas dos cantadores de janeiras, passando por diversas festas e romarias.


Não menos artístico é o artesanato desta região. A famosa empreita (cestaria e outros utensílios feitos de palma), cestaria de vime e cana, a olaria, as peças de cobre e latão são áreas onde os hábeis artesãos manifestam as suas tecnicas, transmitidas de geração em geração.



Com uma costa tão extensa, é natural que a pesca e a industria conserveira tivesse tido uma grande importância na economia do Algarve. No entanto nos últimos tempos muitas fábricas tem encerrado. É grande a variedade de peixes capturados na zona do Algarve: atum, sardinha, carapau, cavala, besugo, sargo, safio, tamboril. Antigamente, o atum teve grande destaque, devido ao seu valor comercial. Este peixe além de ser muito utilizado na gastronomia local, foi também, destinado à exportação. A sardinha é o peixe de maior consumo nesta região durante os meses de Verão.

Porto de pesca de Quarteira




Hoje em dia não tanto, mas em tempos idos, a actividade agrícola era recheada de momentos clássicos. Começando nas sementeiras de sequeiro feitas na maior parte das vezes com a ajuda de animais que puxavam os arados e as tradicionais carroças pintadas com cores garridas, a ceifa dos cereais feita também manualmente, o varejo que é a apanha dos frutos secos, entre outras, eram actividades sazonais que preenchiam a actividade de muita gente do interior.



Miniaturas de carroças tradicionais na Fatacil



Mas nem só de actividades tradicionais vive o Algarve, sendo uma região turística procurada por muitos jovens, tem uma vida nocturna bastante intensa. Nas principais vilas e cidades do litoral podemos encontrar grande quantidade de bares e discotecas.

Ao nível desportivo, também existe uma grande procura do Algarve. Actualmente o Algarve está munido de um conjunto de infra-estruturas desportivas bastante atractivas: os diversos complexos desportivos municipais, os campos de golfe, o motódromo de Portimão, o Estádio do Algarve e muitos outros.



História

Durante vários séculos, a região do Algarve foi ponto de passagem para diversos povos e culturas. Destacaram-se os Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Visigodos e Árabes. Fenícios, Gregos e Cartagineses, eram principalmente, navegantes que se estabeleceram na costa e que se dedicavam ao comércio. Mais tarde no tempo do Império Romano, o Algarve fez parte da província da Lusitânia e depois passou ao domínio dos Visigodos. Em 711, os Árabes chegam à Península Ibérica e seguidamente derrotam os Visigodos. Passam então a dominar esta região, esse domínio que durou quase 5 séculos, período em que foi atingido um grande desenvolvimento cultural e económico. A influência deste povo é bem visível na arquitectura regional (chaminés rendilhadas, arcos, azulejos …), no modo de vida tradicional das pessoas e na língua (o famoso falar Algarvio). Tal como o nome de muitas outras localidades começado por “Al…”, o termo Algarve tem origem árabe. Deriva de “Al Garb” que significa “o ocidente”, recorde-se que durante a ocupação árabe esta região correspondia à parte mais ocidental das zonas ocupadas pelos Árabes no sul da Europa. Por volta do ano 1249 , D. Afonso III com a ajuda de Paio Peres Correia, terá conquistado a região aos mouros e o Algarve foi integrado no Reino de Portugal.


Silves



Mais tarde, no século XV esta região teve novamente protagonismo quando Portugal iniciou o grande empreendimento das descobertas. O Infante D. Henrique instalou-se em Sagres e Lagos iniciando sob o seu comando, uma das mais interessantes épocas da nossa história: a epopeia dos descobrimentos.

Sagres


Em 1755, aquando do violento terramoto que terá tido epicentro ao largo da nossa costa, grande parte do Algarve ficou devastada. Na reconstrução das cidades principais, o centro administrativo mudou-se de Lagos para Faro.
Durante muito tempo e até meados do século XX, o Algarve manteve-se uma região estagnada, periférica e pouco desenvolvida. A sua economia baseava-se na pesca e indústria conserveira no litoral e na agricultura de sequeiro, principalmente na cultura dos frutos secos no interior.
A partir daí, com a explosão do turismo, ganhou novamente preponderância, mudando bastante, a estrutura económico-social das suas gentes.

Divisão administrativa
O Algarve é constituído por 16 concelhos: Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Sto. António.



Mapa dos concelhos do Algarve



Actualmente o Algarve tem uma população residente de cerca de 426.000 habitantes residentes, no entanto, no Verão e devido ao turismo, diz-se que a população aumenta para mais do dobro.



Dados estatísticos dos concelhos






Brasões dos municípios algarvios



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Fontes: Região de turismo do Algarve, wikipédia, sites das câmaras municipais do Algarve.